A União da Juventude Socialista Bahia realizou, no último sábado (25/4), em Salvador, o 1º Encontro LGBT da entidade, para discutir políticas relacionadas aos gays, lésbicas, travestis, transexuais e bissexuais. Com o mote ‘Participação política e luta por direitos civis’, o evento aconteceu na Biblioteca Pública do Estado, nos Barris.
Fundada
há 30 anos, essa é a primeira vez que a UJS promove um encontro para discutir a
temática, segundo o presidente da entidade em Salvador, Onã Rudá. “A UJS ainda
engatinha, mas, aos poucos, estamos entrando neste debate. É importante criar
esse espaço e sair daqui com pautas positivas e avançadas”.
Uma
das principais pautas foi a criação da Delegacia de Apoio à Comunidade LGBT, já
batizada de DEALGBT, para registrar os casos de homofobia. Além disso, foram
discutidos o mercado de trabalho, educação inclusiva, a interferência de dogmas
religiosos nas ações do Estado, a criminalização da homofobia, a reforma
política e a democratização dos meios de comunicação no Brasil.
Entre
os convidados, o ex-presidente da entidade, Juremar Oliveira; a coordenadora da
Casa Cristal Lilás, Sandra Muñoz; Thaty Santos, do grupo Arco-íris do município
de Madre de Deus; o presidente da Associação Baiana Estudantil Secundarista
(Abes), Nadson Rodrigues; e a presidenta da União dos Estudantes da Bahia
(UEB), Marianna Dias.
Para
Juremar, o evento é de extrema valia porque traz o diálogo para a juventude,
que “tende por um caminho revolucionário”. “A juventude tem a visão mais ampla.
Os jovens vão para as ruas pelas causas mais nobres. Isso é intrínseco da
juventude”, destacou.
No
encontro, também foi distribuída uma cartilha com informações relacionadas à
sexualidade e gênero, além de dados sobre casos de homofobia e orientações para
vítimas que tiveram os direitos violados pela orientação sexual ou identidade
de gênero.
A atividade
foi encerrada com uma caminhada até a Praça Quincas Berro D’Água, no
Pelourinho, para ‘descomemorar’ os 50 anos da Rede Globo de Televisão,
completados no domingo, na praça aconteceu a atividade cultural que foi
comandada pelos irmãos Juan e Ravena com participação de DJ Ferrary, Del Feliz
e Banda Flor de Maracujá.
Confira a Carta de Salvador aprovada no final do encontro e a cobertura completa no topo direito da página:
Carta de Salvador
Há tempos, o índice de
homofobia tem crescido no Brasil ao passo que cada vez mais a bancada
fundamentalista cresce no parlamento Brasileiro em todas as instâncias. A
grande parte desses parlamentares tem como pauta principal de sua atuação, o
embargo à ampliação da cidadania e direitos civis da comunidade sexo-diversa. A
“Frente do Atraso” composta por conservadores e fundamentalistas, tem
apresentado uma agenda de profundos e constantes retrocessos, inclusive que
ferem os princípios democráticos.
Diante desse cenário,
observamos cada vez mais a necessidade da organização da sociedade civil,
sobretudo entre a juventude, grande vítima de diversos crimes e entre eles o de
ódio, com a finalidade de fazer pressão no congresso nacional para que avanços
sejam conquistados e nenhum retrocesso seja permitido.
Vivemos em uma sociedade
patriarcal e capitalista, que sustenta preconceitos de gênero, sexual, racial e
muitos outros e a luta contra todo tipo de preconceito precisa estar casada com
um projeto de sociedade mais justa e igualitária.
“Nos bancos das escolas e
universidades, no cotidiano do trabalho das fábricas e repartições, nas
periferias, no duro ofício de lavrar a terra, nas praças, ruas, palcos,
quartéis, campos, praias e festas dizemos: Presente!
Somos milhões de faces que
dão a cara jovem ao Brasil. Somos socialistas porque, somos jovens e andamos
abraçados com o futuro e a busca da felicidade - desejos que são diariamente
frustrados nessa sociedade capitalista que não tem perspectiva e só nos oferece
a desilusão e a exploração.”
Com esse contexto
conjuntural político ao qual estamos vivenciando, no dia 25 de abril, aconteceu
o 1° Encontro LGBT da UJS Bahia, jovens de diversas regiões do estado se uniram
na biblioteca central dos Barris e tira como encaminhamento:
Lutar pela Reforma Política,
Democratização da Mídia, Defesa do PNE, Criminalização da Homofobia, ampliação
dos direitos civis e criação da DEALGBT – Delegacia de Apoio a Comunidade LGBT,
com política públicas transversais de acolhimento e inclusão.
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