No dia em que celebramos a vida e a luta das
mulheres negras, gritemos: a mulher negra não existe! Não no singular. Não há
uma identidade única, fixa, universal. Embora possa haver semelhanças de
concepções, as nossas experiências são múltiplas e complexas, não cabem em
definições superficiais.
Há muitos exemplos de mulheres negras que
romperam com os papéis sociais a elas atribuídos segundo os padrões culturais.
A historiografia oficial nos tem invisíveis; a mídia, quando não nos ignora,
nos confinam num conceito estreito e míope. Olhem para os lados, fujam dos
estereótipos! Sejam capazes se enxergar: há vários outros elementos
constitutivos das identidades das mulheres negras: classe social, etnia,
geração, religião. Não somos todas iguais e superar essa sanha por um tipo
totalizante é etapa indispensável à emancipação plena das mulheres.
Não
esqueçamos: gênero é uma forma de significar as relações de poder.
Por Natália Gonçalves, Dir. de Mulheres da UJS Bahia
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