sábado, 4 de outubro de 2014

Luciana Genro, porque não votarei em ti - Por Onã Rudá


As eleições são sem dúvidas o momento para que possamos debater o futuro de nosso país nas suas mais diversas áreas, o voto é uma ferramenta que foi conquistada com muita luta, abdicação e até sangue dos que foram abatidos pela ditadura militar.
Muito me preocupam as caricaturas que se apresentam nesse período, porque acredito que são deseducativas e reforçam a ideia de que um super herói ou heroína irá solucionar todos os problemas que se apresentam em alto grau de complexidade no Brasil, junto com seu partido de iluminados e puritanos.
Se é verdade que a questão da governança no Brasil é um problema, é verdade também nenhum partido que aspire por cargos executivos estará longe de deparar com essa questão. E assim o prefeito de Macapá Clécio Luis que é do Psol abriu o diálogo com diversos partidos que hoje compõe sua base e chegou a dar declaração dizendo que queria todo apoio do Senador José Sarney, ele também recebeu financiamento privado de campanha. Importante também lembrar que o Senador Randolf Rodrigues também do Psol, hoje compõe a base do governo Dilma, fruto de uma conformação política que o conduziram a ocupar um espaço na CCJ, e eu não tenho dúvidas que a presença do nobre senador politiza e qualifica o espaço. Pra conter a situação crítica na experiência a frente da prefeitura de Itaocara/RJ Marcelo Freixo chegou a solicitar a Garotinho para interceder, já que a câmara esta com uma CPI instaurada e querem a cabeça do Prefeito. E por fim, pra não esquecer, na sua atuação enquanto oposição ao projeto hoje encabeçado por Dilma, o Psol tem se aliado a caciques da velha política tocada pela direita, com o único intuído de imprimir derrotas a esse projeto.
A imprensa tem jogado um duro papel pra desqualificar e invisibilizar a luta dos movimentos sociais e da esquerda, o que mostra que de fato é importante a democratização dos meios de comunicação, mas o discurso da imprensa golpista é reproduzido pelo Psol quando o convém e quando o assunto é agredir o nosso projeto. Nós por outro lado, tivemos bastante cautela quando a imprensa fez as acusações a deputada do Rio de Janeiro Janira Rocha (Psol), que depois veio assumir em público que de fato usou dinheiro do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência Social/RJ, pra financiar campanha e o próprio partido. Mas compreendíamos que o ataque não era só direcionado ao Psol, mas a toda esquerda e aos sindicatos classistas. Recentemente a mesma Deputada deu declarações dizendo que "A direção do PSOL do Rio tem uma visão autoritária, totalitária, de partido único. Faz um discurso para fora, de defesa dos direitos civis, dos direitos humanos, da democracia, da diversidade. Mas internamente o partido não é democrático, é autoritário, quer aplastar as minorias."
Não bastasse as contradições referentes as questões políticas, o Psol também tem feito leituras equivocadas a respeito de políticas importantes tocadas por esse projeto. Políticas que garantiram a democratização do acesso ao ensino superior como o ReUni e o ProUni, sofrem da parte do Psol um forte rechaço, rejeição e até combate. O Bolsa Família, vocês já defenderam a redução do tempo de recebimento do benefício em 2010.
No que se refere a direitos humanos e minorias temos muito acordo, mas isso que também precisa ser central, e temos conquistados avanços importantes, não pode ser o único aspecto bem observado por uma presidenta. Logo governar não depende só da boa vontade de uma super heroína e uma legião de puritanos, mas de uma série de conformações e exercícios cotidianos da política.
Estamos lutando contra o que há de mais conservador em nosso país, que por séculos governaram apenas para uma pequena elite, se enraizaram nas esferas de poder e controlam através de monopólio quase todos os meios de comunicação, com uma oposição desleal cuja vez ou outra o psol flerta, e no meio de uma grande contradição que se tornou o defasado sistema político do Brasil, mas com todos esses problemas assistimos o nosso país mudar a sua cara, hoje em uma situação de pleno emprego, a nossa juventude tem tido acesso ao ensino técnico e filh@s de trabalhadores tem entrado na faculdade, políticas públicas pra juventude, conferências de diálogo entre governo e sociedade civil, grande ascensão social, grandes obras de infra estrutura e mobilidade, ampliação do investimento em saúde e educação, avanços tecnológicos e mais recentemente fora do mapa da fome da ONU, e o apoio de amplos setores dos movimentos sociais e muito mais.
Não votarei em você Luciana, porque o problema do Brasil não será resolvido por uma super heroína e sua trupe de puritanos, mas o país dará passos mais largos com um projeto de frente ampla que consiga enfrentar as principais contradições e impor mudanças sistemáticas em diversos setores, e pra isso não é preciso ser super herói, é preciso ter coração valente e coragem!
Não votarei porque o próprio discurso do Psol anda desconectado da sua prática cotidiana.

E por fim não votarei porque o Brasil não precisa de aventura, precisa de determinação e foco pra concluir o que já iniciamos!
Onã Rudá diretor de Comunicação e LGBT da UJS Bahia.

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